A pesquisa se centra nas vinte e quatro cartas intituladas “Notícias Soteropolitanas e Brasílicas” escritas por Luiz dos Santos Vilhena. O português chegou ao Brasil em 1787, nomeado pela Coroa Portuguesa como professor de grego e latim para as aulas régias em Salvador. As cartas foram dedicadas ao Príncipe Dom João (que viria a ser coroado no Brasil com o nome de Dom João VI). Vilhena assina como “o criado mais humilde e o mais fiel de todos os seus vassalos”, e apresenta notícias históricas sobre os costumes, habitantes, comercio, economia, educação, geografia, além de outros dados preciosos sobre as várias capitanias brasileiras da época. Cada carta se dedica a uma capitania específica, mas à capitania da Bahia são dedicadas um maior número de cartas. As cartas, segundo o próprio autor, visam oferecer uma ideia do Novo Mundo conquistado, afirma que parte da compilação de obras históricas já publicadas ou de manuscritos, desse modo devem ser lidas como verdadeiras e talvez por isso se apresente sob o pseudônimo Amador Veríssimo de Aleteya e as endereça a um suposto amigo de nome Filopono. Tal pesquisa se desenvolve em duas frentes:uma, que privilegia as referências ao mundo greco-romano como metáfora para a representação do Brasil do século XVIII; outra, que se centra na coleta e análise dos trechos das cartas que se referem à Vila de Sergipe D’El Rey, outrora pertencente à capitania da Bahia.