Alexandre de Melo Andrade - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Anelito Pereira de Oliveira - Universidade Federal de Minas Gerais/NEIA/UFMG, Brasil
Beto Vianna - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Camille Dumoulié - Université de Paris Ouest-Nanterre-La Défense, França
Carlos Eduardo Japiassú de Queiroz - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Celina Figueiredo Lages - Universidade Estadual de Minas Gerais/UEMG, Brasil
Christine Arndt de Santana - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Conceição Aparecida Bento - Univ. Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/UFVJM, Brasil
Fabian Jorge Piñeyro - Universidade Pio Décimo/PIOX/Aracaju, Brasil
Fernando de Mendonça - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Jacqueline Ramos - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Jean-Claude Laborie - Université de Paris Ouest-Nanterre-La Défense, França
José Amarante Santos Sobrinho - Universidade Federal da Bahia/UFBA, Brasil
Leonor Demétrio da Silva - Exam. DELE-Instituto Cervantes/SE, Brasil
Lúcia Maria de Assis - Universidade Federal Fluminense/UFF, Brasil
Luciene Lages Silva - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Luiz Rosalvo Costa - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Marcos Fonseca Ribeiro Balieiro - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Maria A. A. de Macedo - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Oliver Tolle - Universidade de São Paulo/USP, Brasil
Renato Ambrósio - Universidade Federal da Bahia/UFBA, Brasil
Rodrigo Pinto de Brito - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/UFRRJ, Brasil
Romero Junior Venancio Silva - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Rosana Baptista dos Santos - Univ. Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/UFVJM, Brasil
Tarik de Athayde Prata - Universidade Federal de Pernambuco/UFPE, Brasil
Ulisses Neves Rafael - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Vladimir de Oliva Mota - Universidade Federal de Sergipe/UFS, Brasil
Waltencir Alves de Oliveira - Universidade federal do Paraná/UFPR, Brasil
William John Dominik - University of Otago, New Zealand (Professor Emeritus), Nova Zelândia
EDITORIA
Jacqueline Ramos - Editora-Chefe
Luiz Rosalvo Costa - Editor-Adjunto
Maria A. A. de Macedo - Editora-Adjunta
EDITORA-GERENTE
Luciene Lages
PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO
Julio Gomes de Siqueira
IMAGEM DA CAPA: Duas Figuras, de Ismael Nery (1927, Óleo sobre cartão sobre madeira).
Publicado em: 22/08/2023
Sumário
Apresentação
4
Apresentação
Jacqueline Ramos Luiz Rosalvo Costa Maria A. A. de Macedo
Artigos
8
A antinomia do gosto em Madame de Lambert
Vladimir de Oliva Mota – Universidade Federal de Sergipe
Resumo: Inserida numa tradição a que se convencionou chamar de Estética do sentimento, Madame de Lambert afirma que o Gosto é uma espécie de instinto que nos arrasta, que nos conduz mais seguramente do que todos os raciocínios. Para a filósofa, o Gosto depende da experiência e não de qualquer consideração conceitual, ele não está subordinado a regras da beleza, mas a algo indeterminado, mesmo indeterminável. Contudo, esse caráter do Gosto não autoriza o seu relativismo. Parte-se aqui da tensão no pensamento estético de Madame de Lambert, a saberpor um lado, a defesa de uma subjetividade do Gosto, vinculado à adequação do objeto a disposições dos órgãos perceptivos acerca do modelo que desconhecemos; por outro, a busca da filósofa pela formulação de uma resposta crítica, por uma universalidade do Gosto que depende do conceito de exatidão dos sentidos. Assim, pretende-se identificar o elemento indicado por Madame de Lambert a harmonizar a tensão criada em sua estética. A solução da filósofa retoma essa noção de exatidão dos sentidos cara ao pensamento estético da passagem do século XVII para o XVIII, a sabero je ne sais quoi. Para reconstruir aqui essa solução da filósofa, será necessário articular os textos Reflexões sobre o gosto e Discurso sobre a delicadeza de espírito e de sentimento com a obra em torno da qual esses dois textos orbitamReflexões novas sobre as mulheres. Assim, é possível entender que, para Madame de Lambert, o Gosto é esse je ne sais quoi que se sente e não se pode dizer, mas que conhece o que convém e que faz sentir em cada coisa a medida que é preciso ter.
Palavras-chave: Madame de Lambert. Gosto. Je ne sais quoi.
Abstract: Inserted into a tradition that has come to be called the Aesthetics of Sentiment, Madame de Lambert affirms that Taste is a kind of instinct that drag us, that leads us more securely than all reasoning. For the philosopher, Taste depends on experience and not on any conceptual consideration, it is not subordinated to rules of beauty, but to something indeterminate, even indeterminable. However, this character of Taste does not authorize its relativism. We start here from the tension in Madame de Lambert’s aesthetic thought, namelyon the one hand, the defense of a subjectivity of Taste, linked to the adequacy of the object at the disposal of the perceptive organs about the model we do not know; on the other, the philosopher’s search for the formulation of a critical response, for a universality of Taste that depends on the concept of accuracy of the senses. Thus, it is intended to identify the element indicated by Madame de Lambert to harmonize the tension created in her aesthetics. The philosopher’s solution takes up this notion of accuracy of the senses that was valuable to aesthetic thought from the passage of the 17th to the 18th century, namelythe je ne sais quoi. To reconstruct the solution here, it will be necessary to articulate the texts Reflections on taste and Discourse on the delicacy of spirit and feeling with the work upon which these two texts orbitNew reflections on women. This way, it is possible to understand that, for Madame de Lambert, Taste is that je ne sais quoi that is felt and cannot be said, but that knows what is convenient and that makes us feel in each thing the measure that must be had.
Keywords: Madame de Lambert. Taste. Je ne sais quoi.
Submissão: 28 abr. 2023 ⊶ Aceite: 10 jun. 2023
19
O mal da literatura: a crítica da forma e da significação em Georges Bataille: De profundis clamavi ad te, Domine.
Robson Breno Dourado de Araujo – Universidade Federal do Ceará Álvaro Lins Monteiro Maia – Universidade Federal da Paraíba
Resumo: Pretendemos pensar neste artigo a noção de comunicação, em Georges Bataille, como o que define, de modo mais rigoroso, a experiência da literatura. Partimos, em princípio, de sua polêmica com o surrealismo de 1930 para demarcar o fato de que literatura é o oposto de uma composição formal que obedece a uma expressão intencional do sentido. Ela é antes comunicação que acede ao inominável, fletindo a separação sujeito-objeto para fazer ver, na linguagem, a nudez da experiência de angústia do autor; momento em que, para Bataille, a linguagem, o dizer, coincide com a materialidade de sua enunciaçãoo baixo material da vida humana. Deste modo, a literatura como comunicação arreda-se de uma exposição realista e constatativa do mundo, no afã de traduzir o referente em significação, para reclamar a possibilidade de dizer a experiência humana ali onde o dizer se subtrai, isto é, na proximidade do enunciador com a experiência limite de sua angústia.
Palavras-chave: Comunicação. Literatura. Angústia. Linguagem. Baixo.
Abstract: In this article, we intend to think about the notion of communication in Georges Bataille as what defines, in a more rigorous way, the experience of literature. We depart, in principle, from his controversy with surrealism in the 1930s to demarcate the fact that literature is the opposite of a formal composition that obeys an intentional expression of meaning. Rather, it is communication that accesses the unnameable by bending the subject-object separation to make one see, in language, the nudity of the author’s experience of anguish; moment in which, for Bataille, the language, the saying, coincides with the materiality of its enunciationthe material base of human life. In this way, literature as communication moves away from a realistic and demonstrative exposition of the world, in the eagerness to translate the referent into meaning, to claim the possibility of saying the human experience there where the saying is subtracted, that is, in the proximity of the enunciator with the limit experience of his anguish.
Surrealismo: filosofia de vida e processo de escritura
Rafael Eduardo Franco – Universidade de São Paulo José Francisco Miguel Henriques Bairrão – Universidade de São Paulo
Resumo: Apresenta-se uma possível definição para o surrealismo francês, centrada nas ideias de André Breton, a partir de dois caminhos. Primeiro, considera-se o surrealismo como uma forma de filosofia de vida, que constrói, segundo as suas proposições e intenções, uma ética, uma estética e uma circulação pelo campo político, categoricamente surrealistas. Segundo, considera-se também o surrealismo de André Breton como um processo de escritura, que encarna, suplementa e confere expressão para a primeira definição. A partir dessas perspectivas, compreende-se o surrealismo bretoniano como movimento dinâmico de revisitação e contestação ao espírito de sua época.
Palavras-chave: Surrealismo. André Breton. Escrita automática. Linguagem. Modernidade.
Abstract: A possible definition for French surrealism is presented, centered on the ideas of André Breton, from two paths. First, we consider surrealism as a form of philosophy of life, which builds, according to its propositions and intentions, an ethic, an aesthetic, and a circulation through the political field, categorically surrealists. Second, André Breton’s surrealism is also considered as a writing process, which embodies, supplements, and gives expression to the first definition. From these perspectives, Breton’s surrealism is understood as a dynamic movement of revisiting and contesting the spirit of its time.
Keywords: Surrealism. André Breton. Automatic writing. Language. Modernity.
Submissão: 07 jun. 2023 ⊶ Aceite: 12 jul. 2023
47
A escrita filosófico-literária: atenção e silêncio
Bárbara Romeika Rodrigues Marques – Universidade Federal de Juiz de Fora
Resumo: Este ensaio procura reunir pistas da relação entre a literatura e atitude filosófica que revele e dê a revelar um valor de silêncio. Reafirma, assim, o alcance da escrita filosófico-literária como mediação crítica e criativa com a expressão e, para tal, destaca a forma em que a linguagem literária resguarda e acentua o elo entre ser e mundo. Busca questionar em que medida a forma da atitude literária demanda uma atenção criadora e como esta condição atencional amplifica a cultura humana.
Palavras-chave: Literatura. Filosofia. Atenção. Criação literária. Atenção criadora.
Abstract: This essay seeks to gather clues on the relationship between literature and philosophical attitude that reveals and reveals a value of silence. Thus, it reaffirms the scope of philosophical-literary writing as a critical and creative mediation with expression and, for that, it highlights the way in which literary language protects and accentuates the link between being and world. It seeks to question to what extent the form of literary attitude demands creative attention and how this attentional condition amplifies human culture.
O devir em Julio Cortázar: ressurgências da animalidade na literatura contemporânea
Hiandro Bastos da Silva – Universidade Federal do Oeste do Pará Lauro Roberto do Carmo Figueira – Universidade Federal do Oeste do Pará
Resumo: O presente estudo evidencia o modo como o “devir” (DELEUZE; GUATTARI,1997, p. 8) se configura no interior do conto “Carta a uma senhorita em Paris” (1986), de Julio Cortázar. Com fundamentação no pensamento de Gilles Deleuze e Félix Guattari, verificam-se por quais procedimentos as culturas ocidentais dão forma ao humano, questão abordada também por Gabriel Giorgi (2016). Feito esse reconhecimento, procura-se imaginar, como exercício não apenas filosófico, mas também poético, figurações do humano, do sujeito e do indivíduo não apropriadas pelas tecnologias de poder, examinadas por Michel Foucault (2005). Sob essa formatação, constata-se, no texto de Cortázar, a materialização do corpo como instância de multiplicidade, resultado do gesto afetivo entre humano e não humano. Em suma, atesta-se uma operação ficcional que rompe com as gramáticas corporais, além de potencializar as produções de subjetividade.
Palavras-chave: Homem. Animal. Devir. Julio Cortázar.
Abstract: The present study highlights the way in which the “becoming” (DELEUZE; GUATTARI,1997, p. 8) is configured within the tale “Letter to a lady in Paris” (1986), by Julio Cortázar. Based on the thought of Gilles Deleuze and Félix Guattari, it is verified by which procedures Western cultures shape the human, an issue also addressed by Gabriel Giorgi (2016). Once this recognition is made, we seek to imagine, as an exercise not only philosophical, but also poetic, figurations of the human, the subject and the individual not appropriated by the power technologies, examined by Michel Foucault (2005). Under this format, the materialization of the body as an instance of multiplicity, the result of the affective gesture between human and non-human, can be seen in Cortázar’s text. In short, it attests to a fictional operation that breaks with body grammars, in addition to enhancing the productions of subjectivity.
Keywords: Man. Animal. Becoming. Julio Cortázar.
Submissão: 25 abr. 2023 ⊶ Aceite: 10 jun. 2023
70
Entre conceito e símbolo: os poderes espiritual e temporal em Henry Thoreau
Suzy Meire Faustino – Universidade do Estado de São Paulo
Resumo: Este artigo propõe uma intersecção ou atravessamento entre símbolos e representações literárias e os conceitos de poder temporal e espiritual em recortes de duas obras do ensaísta americano Henry Thoreau (1817-62), as quais, sugerimos, discutem a ordem da alma e a ordem da sociedade. A primeira delas é Walden, de 1854. A segunda, A Desobediência Civil, de 1849. Nossa hipótese é a de que, perfazer-se-iam, em Thoreau, duas dimensões, uma espiritual – identificada simbolicamente com a natureza e, por vezes, com a consciência –, e outra temporal – o Estado/governo, e a sociedade. Dessa forma, concebemos dois operadores simbólicos de interpretaçãoa verticalidade e a horizontalidade. Nosso aporte teórico contempla estudiosos da teoria política e da simbologia das imagens como Voegelin (2002), Bachelard (1990; 1989a; 1989b), Guénon (1995; 2001). A fortuna crítica de Thoreau mobiliza autores como Marx (2000), Paul (1958), Lane (1960), Hildebidle (2007), Turner (2009).
Palavras-chave: Thoreau. Walden. Desobediência Civil. Poder temporal. Poder espiritual.
Abstract: This article proposes an intersection between symbols and literary representations and the concepts of spiritual and temporal powers in American essayist Henry Thoreau’s Walden (1854) and Civil Disobedience (1849). We suggest and presuppose that both works are in dialogue with the notions of order in the soul and in society, respectively. The main hypothesis allowed us to conceive two dimensions in Thoreau’s essaysthe spiritual sphere, which is symbolically identified with nature, and the temporal dimension, which concerns State and society. Thus, we will consider two symbolic operators in the interpretationverticality and horizontality. Critics and theorists as Voegelin (2002), Bachelard (1990; 1989a; 1989b), Guénon (1995; 2001), Marx (2000), Lane (1960), Paul (1958), Hildebidle (2007), Turner (2009) contribute to this study.
Claudio Cledson Novaes – Universidade Estadual de Feira de Santana Raimundo Borges da Mota Junior – Universidade Federal da Bahia
Resumo: As representações do Nordeste brasileiro em obras artísticas versam sobre o sertanejo em travessias geográficas a partir de geopoéticas imaginárias. As narrativas literária e cinematográfica são atravessadas pelo discurso realista capturado pelo olhar estético. Neste artigo, comentamos as imagens e paisagens geopoéticas construídas nestas travessias, observando personagens das narrativas das obras Vidas secas (1938), de Graciliano Ramos, e Vidas secas, do cinema (1963), de Nelson Pereira dos Santos. A teoria da Geopoética é uma forma de perceber as nuances e a potência viva deste ambiente real, paradoxalmente apresentado como quase sem vida, porém revitalizado pelos olhares artísticos, literários e cinematográficos. Para balizar conceitualmente esta produção, temos Barthes (1984); Debs (2010); Santos (1996); Souza (2009) e White (2020), que subsidiam as discussões de cunho semiológico sobre as construções literárias e cinematográficas aqui tratadas geopoeticamente. Concluímos que as representações dos ambientes naturais e culturais sertanejos, sob a perspectiva geopoética, ultrapassam as relações estéticas entre as obras, alcançando assim traços do engajamento ético em cada período da arte literária e cinematográfica modernas do nacionalismo-popular brasileiro.
Abstract: The representations of the Brazilian Northeast in artistic works deal with the countryside in geographic crossings from imaginary geopoetics. The literary and cinematographic narratives are crossed by the realist discourse captured by the aesthetic eye. In this article, we comment on the images and geopoetic landscapes constructed in these crossings, observing characters from the narratives of the works Vidas secas (1938), by Graciliano Ramos, and Vidas secas, from the cinema (1963), by Nelson Pereira dos Santos. The Geopoetic theory is a way to perceive the nuances and the living potency of this real environment, paradoxically presented as almost lifeless, but revitalized by the artistic, literary, and cinematographic gazes. To conceptually ground this production, we have Barthes (1984); Debs (2010); Santos (1996); Souza (2009), and White (2020), which subsidize the semiotic discussions about the literary and cinematographic constructions treated here geopoetically. We conclude that the representations of the natural and cultural environments of the sertão, under the geopoetic perspective, go beyond the aesthetic relations between the works, thus reaching traces of the ethical engagement in each period of modern literary and cinematographic art of Brazilian popular-nationalism.
O escudo de Dioniso: sobre a relação metafórica entre vinho e guerra na poesia grega
Felipe Ramos Gall – Universidade de Brasília Julia Guerreiro de Castro Zilio Novaes – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Resumo: O presente artigo visa a investigar a hipótese de que a imagem usada por Aristóteles em Poética, XXI.1457b16-22, como exemplo da metáfora por analogia – a de que a taça (phialē) está para Dioniso assim como o escudo (aspis) está para Ares, – é, na verdade, a cristalização de um rico imaginário pregresso, e não simplesmente a articulação casual entre duas divindades quaisquer por artefatos característicos antonomásticos. Partindo dessa hipótese, analisamos instâncias do emprego privilegiado desta metáfora nas manifestações poéticas atreladas a dois contextos marcadamente dionisíacos, a saber, o simpósio e a festaambos estão ligados ao consumo de vinho, e ambos são possibilitados pela ausência de guerra. Assim sendo, na primeira seção do artigo, investigamos a contraposição entre vinho e guerra na elegia arcaica metasimpótica. Na segunda, nos interessa o vinho como símbolo de trégua militar no drama ático apresentado nas festividades dionisíacas, sobretudo na comédia aristofânica.
Palavras-chave: Aristóteles. Metáfora. Vinho. Guerra. Poesia elegíaca. Drama ático.
Abstract: This paper aims to investigate the hypothesis that the image used by Aristotle in Poetics, XXI.1457b16-22, as an example of metaphor by analogy – that the cup (phialē) is in relation to Dionysus as the shield (aspis) is to Ares, – is, in fact, the crystallization of a preceding rich system of images, and not simply a casual articulation between any two divinities by antonomastic characteristic artifacts. By following this hypothesis, we analyze instances of the privileged employment of this metaphor in poetic manifestations linked to two markedly Dionysian contexts, namely, the symposium and the festivalboth are linked to the consumption of wine, and both are made possible by the absence of war. Therefore, in the first section of this paper, we investigate the opposition between wine and war in Archaic metasympotic elegy. In the second, we are interested in wine as a symbol of military truce in the Attic drama presented in Dionysian festivities, especially in Aristophanic comedy.
Keywords: Aristotle. Metaphor. Wine. War. Elegiac poetry. Attic drama.
Submissão: 29 abr. 2023 ⊶ Aceite: 25 jun. 2023
125
Kairós – o tempo na poesia de Orides Fontela
Allan Alves – Universidade de São Paulo
Resumo: Esse ensaio visa pensar sobre a característica do tempo na poesia de Orides Fontela. Para isto, noto em seus poemas constantes referências semânticas ao conceito do kairós em suas dimensões míticas – gregas e cristãs. No entanto, sua poesia não apenas alude ao conceito, mas o reelabora, cria e produz novos significados, na condição de explorar a dimensão que o instante produz de modo interno e externo aos sentidos do texto.
Palavras-chave: Orides Fontela. Tempo. Kairós.
Abstract: This essay aims to think about the characteristic of time in the poetry of Orides Fontela. For this, I notice in his poems constant semantic references to the concept of kairos in its mythical dimensions – Greek and Christian. However, his poetry not only alludes to the concept, but re-elaborates it, creates and produces new meanings, under the condition of exploring the dimension that the instant produces internally and externally to the meanings of the text.
Keywords: Orides Montella. Time. Kairos.
Submissão: 01 fev. 2023 ⊶ Aceite: 26 jul. 2023
Traduções
145
Uma máxima da mais alta crítica de Heinrich von Kleist
André Felipe Gonçalves Correia – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Submissão: 28 abr. 2023 ⊶ Aceite: 25 jun. 2023
149
O estilo na tradução dos textos preambulares da Brevíssima relação da destruição das Índias de frei Bartolomé de las Casas
Deolinda de Jesus Freire – Universidade Federal de São Carlos
Submissão: 29 mai. 2023 ⊶ Aceite: 17 jun. 2023
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