Chamada Dossiê teatro e filosofia
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A Palo Seco
Ano 15, N° 17 (jul-dez/2023)
O cômico na Literatura Brasileira
Jacqueline Ramos
2008 ➭ 2009
GRACEJO OU CÔMICO INOCENTE
CÔMICO e CONHECIMENTO - 2021
Você tem notícia do latim?

Prêmio Capes de Teses 2014 - Letras e Linguística

Grupo de estudos em Filosofia e Literatura

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq

Universidade Federal de Sergipe - UFS

Projeto de Jacqueline Ramos


A comicidade em crônicas da literatura brasileira

Coordenação:

Jacqueline Ramos

Período de vigência:

2015 ➭ 2016

Descrição:

O cômico e seu efeito, o riso, participam da vida e da história do homem desde o mais remoto tempo. O riso, aliás, é uma das primeiras formas de comunicação dos bebês: seduz os pais e ao mesmo tempo lhes dá a garantia do bem-estar do filho, já que o riso seria expressão do prazer. As formas cômicas, entretanto, são também utilizadas para recriminar, constituindo-se em fonte de poder: exclui aquele de quem rimos, nos dá poder sobre aqueles que fazemos rir; por outro lado, também nos liberta ao conseguirmos ridicularizar situações difíceis ou opressoras. A partir do século XX, a comicidade ganha cada vez mais espaço na sociedade. Tomado como um dos principais índices de prazer, o riso está presente nas propagandas publicitárias de todo tipo, no sorriso de balconistas e atendentes, na imagem de políticos, de celebridades etc. Por outro lado, no campo das artes, o cômico será explorado em sua capacidade de revelação, dessacralização, desvelamento, enquanto ampliação da linguagem para representar o indizível. É o caso do movimento dadaísta, do surrealista, dos poemas piadas de Oswald de Andrade, de nosso herói sem caráter, Macunaíma. O estudo das obras de nosso modernismo aponta para uma intensa utilização do cômico, incorporado não como gênero literário, mas enquanto processos de representação. É o caso dos poemas-piada de Oswald de Andrade; as construções neológicas de Mário de Andrade da Paulicéia Desvairada ("burguês-náusea", "burguês-níquel"), igualmente, sua saída cômica para a representação do caráter nacional em Macunaíma. Percebe-se, ainda, que até mesmo obras consideradas "sérias" - seja pelo aspecto trágico, pela denúncia social, pelo caráter de análise histórica, pelo debate filosófico - têm incorporado procedimentos cômicos, reafirmando sua importância para o pensamento e sua manifestação artística. É o que se nota, por exemplo, em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, ou em A hora da estrela, de Clarice Lispector. A comicidade, a partir da virada do século XIX para o XX, terá lugar privilegiado nas crônicas. No final do século XIX, nomes como de Machado de Assis, Lima Barreto e João do Rio estão entre aqueles que participam desse espaço que se abria nos jornais. A crônica é um gênero textual ligeiro que se ocupa do prosaico de modo criativo e breve, o que talvez justifique sua popularidade entre os leitores e a marcante presença do humor. Nosso intuito, assim, é estudar a manifestação da comicidade em crônicas produzidas entre o final do século XIX e XX.